
O psicólogo deve ter um papel activo ao nível da prevenção, tratamento e reabilitação do problema do álcool, integrado em equipas multidisciplinares de investigação e assistência clínica. O fundamental da intervenção psicológica do alcoolismo na prática clínica, passa pelo estabelecimento e manutenção de uma relação psicoterapêutica estável, no sentido de impulsionar a “desintoxicação psíquica” da problemática do álcool, a monitorização da abstinência e a reabilitação cognitiva. No caso específico do NETER, que funciona essencialmente com uma população de utentes dependentes do álcool, o psicólogo vai articulando a sua intervenção tendo conta a evolução do indivíduo no processo terapêutico da consulta e na sua própria doença. Neste sentido, é indispensável recuperar os recursos psicológicos necessários ao processo de mudança, dentro de uma perspectiva comportamental de reforço do processo de decisão e manutenção da abstinência e prevenção da recaída. A avaliação psicológica, neurocognitiva, o rastreio de consumos problemáticos do álcool e o acompanhamento psicoterapêutico individual ou em grupo, são instrumentos desenvolvidos pelo psicólogo no setting multidisciplinar especializado, no sentido de melhorar o atendimento ao doente alcoólico e complementar o tratamento psicofarmacológico, indispensável à evolução favorável do doente. O psicólogo não deve assumir o tratamento de um alcoolismo isoladamente, principalmente em casos de dependência elevada, pois o início do decurso de uma abstinência pode trazer inúmeras complicações orgânicas que poderão comprometer a sua actuação e até mesmo a saúde física e mental do doente.
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